domingo, 9 de novembro de 2008

Miguel Torga

Podcast do vídeo

sábado, 8 de novembro de 2008

Centenário do Nascimento de Miguel Torga

Antes de mais assumo-me como um admirador, quase fanático, da escrita de Miguel Torga. Assim e aproveitando a proposta para a segunda parte do trabalho de criar um podcast desafiei um colega, esta semana, para pôr em prática a gravação que já andávamos a adiar, há demasiado tempo, de alguns dos seus poemas, aqui usei 4.

Esta parece-me uma boa solução para “apresentar” e desenvolver o gosto pela poesia junto dos nossos alunos.

Espero que gostem



terça-feira, 28 de outubro de 2008

Ter ou não ter um Blog? Eis a questão!

Como resposta ao desafio do João aqui vai mais uma tentativa de análise em torno dos blog’s. Dado o adiantado da hora, já são 2 da manhã e ainda agora comecei, espero que não se torne um pesadelo.

Sem querer plagiar a imortal frase de William Shakespeare, do não menos famoso “Solilóquio de Hamlet” (Acto III, Cena 1)

Ser ou não ser; essa é a questão:
Se mais nobre é na mente suportar
Dardos e flechas de ultrajante sina
Ou tomar armas contra um mar de angústias
E firme, dar-lhes fim. Morrer: dormir;

(ou para os puristas)

To be, or not to be: that is the question:
Whether’tis nobler in the mind to suffer
The slings and arrows of outrageous fortune,
Or to take arms against a sea of troubles
And by opposing end them. To die: to sleep;

Tirando o melodrama da morte e o prazer supremo de dormir, (dá para perceber que sou dorminhoco), já há quatrocentos anos este grande dramaturgo anteviu o mar de dúvidas em que nos encontramos actualmente. Sim, porque estou convencido que a Ofélia foi desculpa, ele estava era com vontade de ter um blog.

Antecipo desde já a pergunta dos meus digníssimos colegas: Um blog? O moço está com febre, é gripe de certeza! Ou então cansaço pelo muito que os formadores nos exigem…

Ao que eu respondo: Não! (espero que não seja) Pensem nas mais valias de que ele não beneficiaria:

1. Poderia relacionar-se com outros autores, de todos os cantos do país ou até do mundo. Não esqueçam, os menos atentos que (agora a veia de professor de História a funcionar) Shakespeare nasceu a 23 de Abril de 1564, tendo morrido, curiosamente, exactamente no mesmo dia em 1616. Já agora, nesse mesmo dia e ano, morria Miguel de Cervantes, tinha nascido em 1547. Terceiro facto histórico, o nosso Camões nasceu algures em 1525 e morreu em 1580. Conclusão, tipo La Palice, foram todos contemporâneos. Daqui se conclui que, se todos tivessem um blog quem nos garante que hoje não teríamos, ou será leríamos, o romance de D. Quixote com Julieta passado na Ilha dos Amores. Ou seja, os comentários, a troca de ideias e de informações não só valorizam o que qualquer autor escreveu como enriquecem a sua pesquisa. Cada um deixa as suas experiências, ou até as pesquisas e não só o autor, sendo que todos os seus leitores beneficiam com isso, pois têm acesso a outras questões e opiniões. Todos nós podemos, devemos, aprender com os comentários e ideais que surgem fruto desta partilha.

2. Uma segunda vantagem que podemos atribuir ao blog é a de ajudar a organizar as ideias. Face ao manancial de informação existente nada melhor para pesquisar e aprender que reunir o maior número possível de links, nossos ou fruto dos comentários, mais uma vez o conhecimento construído através da partilhado, fazer um resumo e depois poder colocar em prática a melhor forma de aprender que é ensinando.

3. Mesmo quando não temos nada de novo, pelo menos em termos substanciais, para partilhar podemos sempre trabalhar o aspecto gráfico, melhorar o layout, ou até reconstruí-lo, temos links para organizar e incluir, post’s para escrever, comentários a que responder e deixar nos outros blogs. Enfim, é um mundo novo que se abre para todos nós.

Claro, podem-me sempre dizer: eu não sou o Shakespeare e tenho coisas melhores, ou pelo menos mais urgentes para fazer. Aqui entram alguns aspectos menos positivos:

1. Ter um blog, pelo menos se queremos que ele seja efectivamente útil e não uma brincadeira de tempos mortos, implica sentido de responsabilidade, frequentemente debatemo-nos com a questão de estarmos a escrever, acerca de um assunto importante e para um número, esperemos, grande de pessoas. No caso de ser o blog da nossa BE, tendo os alunos como alvo prioritário, esse “peso da responsabilidade” pode ainda ser maior. Aquilo que para nós, fruto da experiência de vida ou outra qualquer, é verdade, ou pelo menos claro, para os outros pode não o ser.

2. Para fazer face às necessidades / exigências do nosso grupo de leitores temos que escrever com frequência, sendo que todos sabemos que nem sempre isso é possível.

3. No caso de um blog da BE a tendência é termos muita gente a fazer perguntas. Não será isso que pretendemos? Claro que sim, o problema é que muitas dessas perguntas já estão, se possível deverão estar, respondidas no blog. Ou seja, frequentemente os nossos leitores nem se deram ao trabalho de ler o que nós escrevemos.

4. Por vezes temos inclusive a sensação de sermos meros prestadores de serviços. Já experimentei essa sensação quando em conjunto com mais dois colegas fizemos uma “brincadeira” no âmbito do mestrado. Alguns utilizadores dirigem-se-nos com uma impessoalidade e altivez faraónica, querem sempre uma resposta pronta e rápida.

Espero que esta divagação possa ser útil para moldar os nossos blog’s, ao mesmo tempo que “educamos” os nossos leitores.

Abraço

Franklim

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Em tom de brincadeira!!!


A bibliotecária, como não podia deixar de ser, até tem um ar simpático, quanto ao miúdo acho que pertence à família "Magalhães"

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Blogs! Ameaça ou oportunidade?

Para dar o pontapé de saída a esta questão em volta dos blogs aqui ficam algumas ideias.
Uma que me parece assumida é a de que esta ferramenta se pode tornar um grande aliado do professor, dentro e fora das aulas, é porém fundamental estar atento aos objectivos que se pretendem atingir com a sua utilização e com a forma como é explorado.
No campo da educação, seja ele visto de forma mais restrita ou alargada, os blogs podem ser usados para:

  1. Apoio a uma disciplina.
  2. Reflexões em torno de temas educativos;
  3. Apresentações de projectos/trabalhos realizados por alunos (em grupo ou individualmente);
  4. Criação de um jornal escolar online;
  5. Divulgação das atividades de um clube de escola;
  6. Apresentação das várias etapas de um projecto educativo de um ou mais professores;
  7. Preparação de encontros ou reuniões;
  8. Etc..

De entre as críticas que costuma ser apontadas ao uso dos blogs na educação ressalto:

  1. Os Blogs dão excessiva liberdade aos alunos;
  2. Os professores não podem controlar os comentários;
  3. Os estudantes podem-se “ressentir” da pressão para melhorar por comparação com o trabalho e comentários dos seus pares.

Sendo assim, como toda ferramenta em educação, com os blogs deve-se levar em consideração as suas potencialidades e limitações, observando-se os objectivos e caminhos para alcançá-los. De qualquer forma, a utilização dos blogs na educação pode ser uma grande fonte de construção colectiva do conhecimento. Através da partilha, comunicação e interação entre os alunos.
Já agora recomendo um artigo “Blogue: uma ferramenta com potencialidades pedagógicas em diferentes níveis de ensino”, no qual podem ser encontrados exemplos práticos da sua utilização no ensino.


Disponivel em: https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/5915/1/3018.pdf

Bem vindos visitantes... ou o porquê do blogue!


Cavalo à solta

Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve breve
instante da loucura.

Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa.

Em ti respiro
em ti eu provo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo.

Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.
Por isso digo
canção castigo
amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo.

Meu desafio
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura.

José Carlos Ary dos Santos